outubro 29, 2006

Mulheres e a Matemática

Estudo mostra que estereótipo influencia o desempenho do sexo feminino com os números

Um artigo publicado na revista Science de outubro mostrou que a performance das mulheres em matemática é afetada pelo estereótipo de que o sexo feminino teria menos aptidão para o assunto. Os pesquisadores avaliaram em que medida a crença em fatores genéticos para explicar a suposta dificuldade das mulheres com os números e relatos de experiências de preconceito relacionado a esse estereótipo influenciam o desempenho de algumas delas na área. O trabalho, assinado por Ilan Dar-Nimrod e Steven Heine, da Universidade de Colúmbia Britânica, no Canadá, alerta para as possíveis conseqüências dos argumentos científicos sobre as pessoas e para o cuidado necessário na interpretação das teorias formuladas pelos cientistas.

A polêmica entre mulheres e matemática se intensificou na comunidade científica em janeiro de 2005, quando o então presidente da Universidade Harvard, Lawrence Summers, especulou razões para o fato de o sexo feminino ser menos presente nas ciências exatas e engenharias. Segundo ele, menos mulheres e mais homens teriam a habilidade intrínseca necessária para exercer tais profissões. A afirmação gerou protestos e críticas ao presidente.


Para Dar-Nimrod e Heine, a crença no estereótipo faz as pessoas agirem de acordo com ele. A hipótese foi comprovada com dois estudos realizados com mais de 220 mulheres entre 2003 e 2006. Na pesquisa, as participantes foram manipuladas durante um exame matemático para acreditar em explicações ou relatos sobre a existência de diferenças de desempenho entre os sexos na área. Os testes eram distintos entre si, de modo a fazer cada pessoa acreditar em uma teoria diferente.

Algumas mulheres receberam uma prova afirmando que a genética explica o desequilíbrio dos sexos na matemática. Outras leram sobre um relato de uma experiência de preconceito, como a de um professor de matemática que tem preferência por alunos meninos. Um terceiro teste lembrava algumas participantes a respeito da existência do estereótipo de que o sexo feminino tem mais dificuldade com os números. Por último, algumas voluntárias receberam textos afirmando que não há diferenças entre os sexos na área. leia mais

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