Pegando aí o embalo de um dos posts abaixo do Vice-Presidente Ayres, este Correspondente cá esteve recentemente na Bélgica, e o que tenho a dizer é que esta viagem só me deixou mais convencido de que Salvador, como terceira maior cidade do quinto maior país do mundo, apesar de todos os problemas sócio-econômicos, não deixa nada a desejar em termos de cultura, ócio e cosmopolitismo se comparada a muitas capitais européias. O que pensar de uma cidade como Bruxelas, de cerca de 1 milhão de habitantes, cuja principal atração é uma estátua de 30cm de altura de um menininho fazendo xixi? E que tem direito a um vastíssimo guarda-roupa, já que um dos passatempos locais entre os endinheirados é disputar quem lhe faz a fantasia mais bonita.
Diz a lenda que o Manneken Pis, como é chamado, era o filho de um nobre que se perdeu durante umas festividades e foi encontrado cinco dias depois, no mesmo local onde está a estátua, fazendo a mesma coisa que ela está fazendo. Mas existe uma outra versão que envolve o salvamento da cidade, tendo o guri apagado um foco de incêndio criado pelo inimigo com seu pipi – para conseguir um feito dessas dimensões, provavelmente ele devia ser desses moleques a la Tom Sawyer e já dava seus goles nas potentes cervejas belgas de 10% de teor alcoólico, que, aliás, são a verdadeira atração turística da Bélgica. Em Bruges, cidadezinha idílica, de aparência cinematográfica, há uma cervejaria com 300 tipos, todas desse nível de teor. A simpática dona do bar está sempre disposta a ajudar os ignorantes a partir de perguntas sobre seu paladar. Eu tomei três long-necks e fiquei tontinho, tontinho, de quase perder o trem para Amsterdã. Por sorte, tinha uma reserva dos deliciosos e amanteigados chocolates belgas (74% de cacau!) para repor as fontes de glicose. Acho, inclusive, que a origem de chocolate tão bom foi exatamente essa.
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