Imagine
E quando perguntaram a Judas por que traiu Jesus, antecipando Mark Chapman em 19 séculos, ele disse, tranqüilamente: “Eu acabo de entrar pra história”.
[excerto da crônica O que Jesus fez dos 12 aos 30?, publicada na revista Lupa n°2]
Colombina
Márzia é calabresa e mora em Roma há quase dez anos. Ela é atriz. Sabe cantar, dançar, andar sobre pernas de pau, e trabalha com animação de eventos porque não consegue viver só de teatro. Apaixonada pela comédia dell’arte, conta que, numa montagem de Cem anos de solidão, valendo-se apenas de movimentos corporais, teve que incorporar Úrsula, depois Amaranta, e Remédios, e Rebeca, enquanto atravessava o palco de uma ponta a outra. Nenhuma tempestade varreu a platéia.
O homem à margem do infinito
Na primeira vez em que Lahcen se perdeu no deserto ele tinha sete anos. Hoje, vinte anos depois, o berebere marroquino ganha a vida levando turistas para duas, três noites no Saara, ou em solitárias excursões de dois, três meses no deserto, em busca de meteoritos. Estudioso do céu, Lahcen acredita que em 2029 um meteoro cairá na Rússia, provocará um verão de três anos e será o começo do fim dos tempos. Mas não está preocupado. É que, para ele, homem de carne, osso e areia, o deserto é a margem do infinito; sendo assim, eu penso que ele está mais próximo que qualquer um de nós de saber o que virá.
Colombina
Márzia é calabresa e mora em Roma há quase dez anos. Ela é atriz. Sabe cantar, dançar, andar sobre pernas de pau, e trabalha com animação de eventos porque não consegue viver só de teatro. Apaixonada pela comédia dell’arte, conta que, numa montagem de Cem anos de solidão, valendo-se apenas de movimentos corporais, teve que incorporar Úrsula, depois Amaranta, e Remédios, e Rebeca, enquanto atravessava o palco de uma ponta a outra. Nenhuma tempestade varreu a platéia.
O homem à margem do infinito
Na primeira vez em que Lahcen se perdeu no deserto ele tinha sete anos. Hoje, vinte anos depois, o berebere marroquino ganha a vida levando turistas para duas, três noites no Saara, ou em solitárias excursões de dois, três meses no deserto, em busca de meteoritos. Estudioso do céu, Lahcen acredita que em 2029 um meteoro cairá na Rússia, provocará um verão de três anos e será o começo do fim dos tempos. Mas não está preocupado. É que, para ele, homem de carne, osso e areia, o deserto é a margem do infinito; sendo assim, eu penso que ele está mais próximo que qualquer um de nós de saber o que virá.
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