Eu gostaria que os membros da Academia tivessem coragem e dessem o Oscar® de melhor filme para Juno (EUA, 2007). Não, eu não estou exagerando. A fita do diretor Jason Reitman (filho do Ivan, aquele que cometeu Os Caça-Fantasmas) e escrita pela ex-bagaceira Diablo Cody é realmente boa o suficiente para ganhar um prêmio como esse.
A história é simples e mostra de forma leve alguns temas fortes, além de outros assuntos caros para aqueles que ainda tentam crescer. Juno MacGuff é uma menina de 16 anos que fica grávida ao transar com seu melhor amigo, Paulie Bleeker. Depois de uma frustrada tentativa de aborto, ela resolve contar o segredo para seu pai e madrasta (que ficam aliviados ao saber que “o problema” é um filho e não drogas). A garota resolve então doar seu rebento para um casal escolhido em uma propaganda de jornal. Mas nem tudo é o que parece.
Juno levanta, com uma sensibilidade enorme, diversos questionamentos de nossa sociedade moderna. E é realmente incrível como consegue amarrar isto em um roteiro esperto e que faz você acreditar no que está vendo. Sem falar que, ao mostrar a disfunção que pela qual passa a família de classe média americana, mostra como o povo daquele lado de lá têm escondido cicatrizes imensas.
Jason Bateman e Jennifer Gardner formam o tosco casal
As interpretações estão muito boas, principalmente, Ellen Page. A pequena (1,55m), que já havia chamado atenção em Menina Má.com (assista!), traz uma interpretação leve, engraçada e contagiosa. Já o interesse amoroso da menina, Paulie (Michael Cera, de Superbad – É hoje), é um tanto quanto esquisito, mas não compromete.
Preste atenção no casal que adotará o filho da garota. A relação deles parece tentar dizer: não deixe nada te impedir de seguir seu sonho, nem mesmo o amor. No entanto, o grande mote do filme é o incentivo ao amor. E não há como negar que a cena final da película é uma homenagem espetacular ao romance inocente da adolescência. Depois de tudo, só nos resta sorrir ao sair da sala do cinema e ficar imaginando como seria bom continuar para sempre naquela faixa de idade.
Trailer:
Estréia oficial no Brasil: 22 de fevereiro, 2008.
5 comentários:
Juno é simples, consegue falar de temas dramáticos sem lágrimas copiosas, não é piegas... Juno é vida, ali, acoontecendo. E puxa, que música mais linda no final, é vero :) Um amigo me disse que ao menos melhor roteiro original eles faturam.
O filme é lindo mesmo, interessante essa abordagem leve que dão a temas tão fortes...
acho que é uma boa maneira de dialogar com o público sem apelar para o sensacionalismo.
Todo mundo sabe que trailer nem sempre diz muita coisa sobre o filme...
Cansei de ir no cinema e ver filmes ruins com trailers maravilhosos... e vice-versa.
Quando assisti o trailer de Juno não fiquei muito interessado...dei uma risidinha ali, outra acolá e pensei que seria mais um desses filmezinhos "sessão da tarde" para adolescentes.
...mas resolvi arriscar e gastar o dinheirinho escasso com o ingresso e não me arrependi. Gostei da abordagem, do ritmo, das interpretações...
é um belo filme e está aprovado pelo selo rezboa de qualidade.
O que eu mais gostei foi a simplicidade e objetividade dos dialogos. Se todo mundo conversasse daquele jeito a vida seria mais facil. O roteiro é sensacional e é o tipo de filme que você assiste e termina se sentindo mais feliz.
Assista "Hora de Voltar", com Natalie Portman. A trilha sonora nao fica atras da de Juno e o filme tem o mesmo ritmo. Depois me diz o que achou!
Bjos
Deus! Deve ser culpa da dublagem, certamente, só pode ser. Por que eu vi Juno em espanhol e me pareceu tão fraquinho, tão inconvicente. Preciso ver o original, e ouvir as vozes reais, pra mudar de impressão. Afinal, o resto do mundo não pode estar errado...
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