abril 15, 2007

Desempregado tatua anúncios e vira homem-outdoor

O desempregado Edson Aparecido Borin Alves, 32 anos, conseguiu vencer o fantasma do desemprego vendendo espaço publicitário do seu próprio corpo. Ele passeia sem camisa pelas ruas da pequena Tanabi, interior de São Paulo, mostrando 20 tatuagens de logomarcas de estabelecimentos comerciais da cidade, que possui espalhadas nas costas, braços e peito.

"Ganho uns R$ 1,3 mil por mês e ainda meus clientes, que são todos amigos, me ajudam pagando outras despesas", diz Alves, conhecido na cidade como "Baiano Facada".

A idéia de usar corpo para hospedar anúncios publicitários ocorreu há cerca de dois anos, quando Alves conversava com um amigo na mesa de um bar e apostou que tatuaria uma garrafa de conhaque nas costas.

"Ao ver que eu tinha coragem, meu amigo sugeriu que tatuasse a logomarca da ótica dele. Eu disse que, desde que ele me pagasse por isso, eu tatuaria. Ele pagou e eu então tatuei", conta Facada.

A partir daí, Facada passou a ampliar o "espaço publicitário" do seu corpo. Hoje, das 31 tatuagens que tem, 20 são comercializadas. Além da ótica, há logos de marcas de lojas de presentes, de informática, supermercado e até de uma concessionária de veículos, que está cravada no lado direito do seu peito.

Para cada tatuagem, ele cobra de R$ 70,00 a R$ 200,00. A ótica de um amigo é sua maior cliente, e paga R$ 600,00 por mês. Os comerciantes aprovam a veiculação. Segundo eles, o retorno é garantido. "Compensa mais que pagar publicidade em rádio e jornal", diz a comerciante Ana Carla Santos Bertolli, que paga R$ 100,00 por mês para fazer propaganda do seu mini-mercado.

Para veicular os anúncios, Alves caminha sem camisa pelas ruas da cidade, onde atrai todo tipo de curiosos e conhecidos. Mas esclarece que no contrato que faz com seus clientes não tem obrigação de andar sem camisa sempre. "Mas faço isso porque gosto deles", diz. Mas se o cliente não pagar pela publicidade? Alves tatua X bem grande sobre a primeira tatuagem, como fez com a Auto-Escola Atual, cujo logotipo foi fechado por dois X bem grandes.


Alves, que está um ano desempregado, diz o dinheiro que arrecada com a publicidade o ajuda a manter enquanto não consegue outro emprego de serviços gerais. Sobre o uso do copo ele diz: "Não me importo com a ocupação dos espaços do meu corpo, por isso ainda vou usar outras partes para mais publicidade", disse.


Essa é para os agregados paulistas das Organizações Rezende-Boaventura

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