Resenha: 300 - “Não é do meu chicote que eles têm medo”.

300
de Frank Miller

"Spartans, tonight we'll dine in hell" - Leonidas

O filme 300, inspirado na Graphic novel de 05 edições criada por Frank Miller, estreou no Brasil com sucessos de bilheteria.

Frank Miller (escritor e desenhista) é conhecido pelo caráter Noir de suas histórias, autor de sucessos como Sin City, Miller trabalhou como desenhista profissional para diversas editoras, incluindo a Gold Key, a DC Comics e a Marvel Comics, onde desenhou e fez roteiros de super-heróis como: Batman, Demolidor, Homem-Aranha, Elektra.

Em 300, ele retrata a batalha travada no desfiladeiro das Termópilas ("Os portões de Fogo") entre Leônidas I e os seus 300 soldados, contra a invasão Persa, liderada pelo Rei Xerxes e seu numeroso exército.

Honra, Dever, Glória, Combate e Vitória foram os títulos que Miller deu aos capítulos de sua obra, e são adjetivos que demonstram as qualidades de Leônidas e de seu grupo de espartanos, homens que não se rendem às adversidades e estão dispostos a morrer para defender seu povo.

Na Grécia antiga era comum o controle político-administrativo de regiões por cidades, a isso denominamos "Cidades-Estado", onde as que mais se destacaram na época foram Atenas e Esparta.

Em Esparta, o caráter militar era forte, os homens de Esparta eram enviados ao exército aos 7 anos de idade para aprender a arte da guerra e do desporto. Aos 12 eram abandonados em penhascos, sozinhos,(só contavam uns com os outros), nus (para criarem resistência ao frio) e sem comida (para caçarem e pescarem). Aos 18 anos, voltavam a Esparta, e até os 30 anos de idade eram considerados cidadãos de segunda classe, sem direito a voto, por exemplo. Podiam ser agredidos por qualquer esparciata acima de 30 anos, ficavam nus e recebiam pouca comida (para aprenderem a furtar). Os jovens poderiam atacar a qualquer momento escravos (hilotas), a fim de lutar e se preparar para a guerra, mas, se fossem mortos por ele, o escravo receberia 2 dias de folga (por conseguir matar um traidor que não era bom o bastante para o exército espartano).

O Rei da Pérsia, Xerxes I, resolve aproveitar essa fragmentação política da grécia para anexar as cidades-estado aos seus domínios. Leonidas I de Esparta, sacrifica a sua vida e a de seus 300 soldados para defender seu território. Após esse epísódio, a Grécia como um todo, inspirou-se e uniu forças, liderados pelo exército Espartano expulsaram os Persas de suas terras.

A HQ foi adaptada para o Cinema no longa-metragem 300, dirigido e co-escrito por Zack Snyder (Madrugada dos Mortos) e estrelado por Gerard Butler (Rei Leônidas) e pelo brasileiro Rodrigo Santoro (Rei Xerxes). Snyder conseguiu transportar de forma bem fiel os quadrinhos para a telona. Algumas críticas sobre o filme foram as de falta de conteúdo histórico e o excesso de carnificina em batalhas incansáveis.

Mas como já disse anteriormente, o filme é inspirado nos quadrinhos de Frank Miller, o mesmo conheceu a história após assistir a "The 300 Spartans" (1962), quando ainda era criança.

Então prepare-se para ficar sem fôlego ao ver as espetaculares batalhas travadas entre espartanos e persas. O combate atingiu o status de lenda, face a enorme desproporção entre as forças espartanas e persas, e devido aos primeiros terem atingido seus objetivos. Em 2006 a Dark Horse tinha planos de relançar 300 num único volume, no formato horizontal (widescreen) tal qual a obra foi planejada para ser publicada e não pode ser à época. No Brasil foi reeditada há pouco tempo pela Devir.

A fotografia do filme foi feita por Larry Fong. Ele utiliza uma coloração mais escurecida e opaca no filme, amezinando as sangrentas batalhas e sua ambientalização é no mínimo impressionante.

Outro ponto forte de 300 são as cenas de luta, estas mesclam velocidade com ações em "slow motion" detalhando os movimentos dos guerreiros.

O filme conta com a participação do ator Brasileiro, Rodrigo Santoro, representando o Rei Xerxes. Efeitos especiais foram utilizados para deixar o ator mais alto do que o normal e com uma voz grave e imponente. Esses efeitos geraram insatisfação do público que achou artificial demais, uma mistura de "Darth Vader" com "Priscila - A rainha do deserto", disseram.

Gargalhadas foram disparadas em cenas tais como a que Xerxes abraça leonidas por trás e diz: “Não é do meu chicote que eles têm medo”...

Mas em sumo, o ator manteve uma boa postura desempenhando o papel e está a cada dia consolidando a sua carreira Hollywoodiana.

Outra polêmica que gira em torno do filme é o posicionamento adotado pelo Governo do Irã, que vem fazendo duras críticas ao filme e afirmando que o longa é um ataque à cultura iraniana.

As críticas ao filme também ganharam espaço na imprensa iraniana: "Hollywood declara guerra aos iranianos", afirmou a manchete do jornal Ayandeh-No. De acordo com a publicação, o filme "tenta dizer às pessoas que o Irã, que agora está no Eixo do Mal, é a fonte do mal há muito tempo e os ancestrais dos iranianos modernos são selvagens feios e estúpidos como os mostrados em 300".

Três membros do Parlamento iraniano também escreveram ao Ministério do Exterior para protestar contra a produção e exibição do que chamaram de "filme de Hollywood anti-Irã".

Para quem ainda não assistiu o filme ele ainda está em cartaz nos cinemas, vale a pena conferir.

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ps: leve um guarda-chuva, pois irá jorrar sangue da tela.