março 22, 2008

Rambo IV

Por Davi Boaventura

Eu odeio críticos de cinema. Em todas as resenhas especializadas que li sobre Rambo IV (EUA, 2008), eles falavam a mesma ladainha: "falta a profundidade psicológica existente no primeiro filme da franquia à nova película do ex-soldado". Ao inferno com isso.

Tenho certeza absoluta que 90% das pessoas que assistiram o novo tiroteio do brucutu de faixa vermelha na cabeça queriam apenas uma coisa: ver John Rambo estraçalhar todo mundo! Os outros 10% eram namoradas que estavam lá obrigadas e essas não contam para a estatística. Quem não quer ver sangue, não assiste Rambo. Simples assim.


Tranqüilo na Tailândia, nosso herói é contratado por um grupo de missionários religiosos para levá-lo através da fronteira de Mianmar (antiga Birmânia - nome utilizado na história) e transportar remédios para os refugiados da guerra civil local. Como era de se esperar, tudo dá errado e eles são seqüestrados pelos violentos militares birmaneses.

No entanto, para liberar o dinheiro desta nova empreitada, os produtores exigiram que Rambo não estivesse sozinho na pancadaria. Inventaram, então, um grupo de mercenários para ajudar o já cansado Stallone no resgate aos americanos. Eles achavam que o Garanhão Italiano sozinho não daria conta de segurar a bilheteria e talvez estivesse ficando velho demais para a ação...


Grande engano! É quando Rambo pega o seu arco-e-flecha e começa a carnificina que o filme ganha força. Dentro do cinema, não foram poucas as pessoas que se pegaram torcendo para o ex-soldado destruir o que estivesse pela frente. Os mercenários acabaram ficando em segundo plano e poderiam até ser dispensados. No meio da confusão, o roteiro acaba sendo dispensado também. E, já entorpecido pelo êxtase, você acaba ligando pouco para isso. Os 91 minutos de fita passam voando!

Não pense que você vai encontrar um personagem cansado e manso. O boina verde está ainda mais impiedoso. Rasga pescoços, metralha cabeças e explode quem lhe encher o saco. Ele foi treinado para ser uma máquina de matar e nunca deixará de ser. A violência extrema incomoda um pouco, não posso mentir. Mas, volto a dizer, se não fosse isso que eu quisesse ver no cinema, eu iria ver Bergman, não Rambo! No final das contas, um último pensamento: ele está de volta!

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