Barra é barra

A marca roxa no ombro de Mariah Souza, atingida pelo tiro de "paintball" ao caminhar pela Barra.
Foto: Fernando Amorim. Texto: Luisa Torreão

Parece brincadeira, mas não é. Uma forma inusitada de violência urbana tem surgido no bairro da Barra, assustando moradores. Jovens de classe média passam de carro atirando cápsulas de tinta com pistolas de paintball, um tipo de jogo que simula estratégias de guerra. Ontem, duas estudantes estiveram na 14ª CP (Delegacia da Barra) para prestar queixa do fato. Ambas ficaram feridas, após ser atingidas pelos disparos.

Mariah Souza, 19 anos, e Carol Mansur, 18 anos, caminhavam pela Avenida Marquês de Caravelas, por volta das 20h30, com mais duas amigas, quando receberam os tiros. A primeira foi atingida no ombro esquerdo e a segunda nas nádegas. Os autores seriam quatro rapazes, brancos e bem vestidos, dentro de um carro, que elas identificaram como um Corsa preto, modelo novo, de vidros fumê.

No ombro de Mariah era possível ver a marca roxa deixada pelo impacto da bala. "Só ouvi o barulho e gritei. Achei que tinha levado um tiro de uma arma letal, depois vi que era tinta vermelha. Eles pararam e ainda deram risada", lembrou, indignada.

Na agonia do momento, as garotas gritaram para alguma entre elas gravar a placa do veículo, mas o carro teria sido arrastado com velocidade pelos jovens, inclusive fugindo pela contramão.

O delegado plantonista Luiz Eduardo Flores prometeu que faria uma ronda policial ainda na noite de ontem, pelo bairro. Iria também expedir uma guia para exames de corpo delito e dar seguimento a uma investigação.

Segundo ele, essa foi a primeira queixa registrada na unidade, mas a mãe de Carol, Cristina Mansur, contou que, há uma semana, já havia ouvido no rádio o relato de uma senhora que fora vítima da mesma agressão, em um ponto de ônibus da Avenida Centenário.


Roubado emprestado do Blog do Dez!